RUSGA
No cenário nacional no Período Regencial (imperial) aconteceram outros movimentos, que aos olhos da elite eram encarados como anarquia e desordem.
As rebeliões aconteceram praticamente em todo o Império, dentre elas podemos mencionar, a Cabanagem no Pará, a Balaiada no Maranhão, a Sabinada, a Cemiterada e a Revolta dos Malês na Bahia e a Farroupilha no Rio Grande do Sul. Neste período estava em vigor a Constituição de 1824, que excluiu a população brasileira da participação política ao estabelecer o voto censitário, ou seja, havia a necessidade de se comprovar uma renda mínima para que houvesse a participação política.
Os cofres públicos estavam falidos, e a crise econômica afetava as províncias brasileiras favorecendo a eclosão das rebeliões. Essas rebeliões colocavam em risco os interesses da elite agrária, pois muitas delas reivindicavam a posse da terra e o fim da escravidão. Dessa maneira, com o propósito de contornar os movimentos sociais que se alastravam, o Governo Central (Rio de Janeiro) criou em 1831, a Guarda Nacional e outorgou a elite, possuidora de dinheiro e terras, o poder de formar e armar homens e em troca essa elite recebeu patentes militares do Exército, como a de Tenentes e a de Coronéis. Posteriormente, o termo coronel seria usado para designar aqueles que eram proprietários de terras.
Assim os coronéis eram fazendeiros que tinham o poder de constituir exército com autorização do governo central.
Politicamente, o Período Regencial foi caracterizado pelo surgimento dos partidos políticos, que eram compostos por ricos proprietários de terras e de escravos.
Em Mato Grosso, o Período Regencial também foi marcado pela miséria, pela insatisfação popular, e pela atuação de dois partidos políticos, que ideologicamente não se diferenciavam, apenas brigavam pelo poder.
O partido liberal defendia a descentralização e faziam as suas reuniões na Sociedade dos Zelosos da Independência, já o partido conservador pregava a centralização e fazia as suas reuniões na Sociedade Filantrópica.
Esses partidos geralmente se revezavam no poder, mas nos últimos anos o governo central (Rio de Janeiro) só nomeava representantes do partido conservador para administrar a Província de Mato Grosso. A indicação somente dos conservadores ao poder provocou o descontentamento dos liberais e provocou o movimento social denominado de Rusga. No dicionário a palavra rusga significa barulho, desordem, confusão, pequena briga, desentendimento.
Os liberais sob a liderança de João Poupino Caldas para derrubar os conservadores do poder buscavam para sua causa o apoio do povo. Para o povo a causa da sua péssima condição de vida estava associada ao governo dos conservadores. Assim, para mudar a sua realidade, o povo acreditava que bastava retira-los do poder.
Assim os liberais, em destaque João Poupino Caldas e o povo combinaram para se rebelarem e protestarem no último dia de maio de 1834. Entretanto, três dias antes a notícia vazou e chegou a Antonio Correa da Costa, Presidente da Província naquele período e membro do partido conservador.
Com a possibilidade de uma revolta social, o Conselho do Governo afastou do poder Antonio Correa da Costa, e indicou como Presidente da Província de Mato Grosso, João Poupino Caldas.
João Poupino Caldas, isto é, os liberais, desistiram da Rusga, pois já estavam no poder. O povo ao tomar consciência do ocorrido viu em Poupino Caldas um traidor e resolveram conforme o estabelecido anteriormente, fazer a Rusga. Conforme estava prevista, no dia 31 de maio de 1834 o povo deu início a Rusga, partindo do Campo do Ourique, percorrendo as ruas principais da cidade, a multidão gritava “morte aos bicudos”. Os bicudos eram os portugueses donos de estabelecimentos comerciais e eram membros do partido conservador.
João Poupino Caldas ameaçado pelos populares chegou a buscar o apoio até mesmo do bispo de Cuiabá, D. Jose Reis, que com um imenso crucifixo, tentou em vão acalmar a fúria popular.
A solução encontrada para combater a violência, a desordem e a confusão dos poulares foi acionar a Guarda Nacional.
Depois de contornada em Cuiabá, a Rusga tomou outros lugares como a Guia, Santo Antonio e Chapada em menores proporções.
Muito tempo depois do ocorrido, mais precisamente em 1867, Cuiabá foi assolada pela epidemia da varíola, milhares de pessoas morreram, e o bispo D. José Reis, alegou aos fieis que a varíola era a punição de Deus, pois os cuiabanos mataram muitos portugueses durante a Rusga.
Resumidamente, a Rusga não pode ser caracterizada como uma revolução e sim como uma revolta. Pois na verdade teve como causa a luta dos partido liberal e conservador pelo poder. Essa luta não possuía uma proposta de mudança administrativa, política ou social, era meramente uma luta pelo poder, pelos interesses dos grupos dominantes.
No cenário nacional no Período Regencial (imperial) aconteceram outros movimentos, que aos olhos da elite eram encarados como anarquia e desordem.
As rebeliões aconteceram praticamente em todo o Império, dentre elas podemos mencionar, a Cabanagem no Pará, a Balaiada no Maranhão, a Sabinada, a Cemiterada e a Revolta dos Malês na Bahia e a Farroupilha no Rio Grande do Sul. Neste período estava em vigor a Constituição de 1824, que excluiu a população brasileira da participação política ao estabelecer o voto censitário, ou seja, havia a necessidade de se comprovar uma renda mínima para que houvesse a participação política.
Os cofres públicos estavam falidos, e a crise econômica afetava as províncias brasileiras favorecendo a eclosão das rebeliões. Essas rebeliões colocavam em risco os interesses da elite agrária, pois muitas delas reivindicavam a posse da terra e o fim da escravidão. Dessa maneira, com o propósito de contornar os movimentos sociais que se alastravam, o Governo Central (Rio de Janeiro) criou em 1831, a Guarda Nacional e outorgou a elite, possuidora de dinheiro e terras, o poder de formar e armar homens e em troca essa elite recebeu patentes militares do Exército, como a de Tenentes e a de Coronéis. Posteriormente, o termo coronel seria usado para designar aqueles que eram proprietários de terras.
Assim os coronéis eram fazendeiros que tinham o poder de constituir exército com autorização do governo central.
Politicamente, o Período Regencial foi caracterizado pelo surgimento dos partidos políticos, que eram compostos por ricos proprietários de terras e de escravos.
Em Mato Grosso, o Período Regencial também foi marcado pela miséria, pela insatisfação popular, e pela atuação de dois partidos políticos, que ideologicamente não se diferenciavam, apenas brigavam pelo poder.
O partido liberal defendia a descentralização e faziam as suas reuniões na Sociedade dos Zelosos da Independência, já o partido conservador pregava a centralização e fazia as suas reuniões na Sociedade Filantrópica.
Esses partidos geralmente se revezavam no poder, mas nos últimos anos o governo central (Rio de Janeiro) só nomeava representantes do partido conservador para administrar a Província de Mato Grosso. A indicação somente dos conservadores ao poder provocou o descontentamento dos liberais e provocou o movimento social denominado de Rusga. No dicionário a palavra rusga significa barulho, desordem, confusão, pequena briga, desentendimento.
Os liberais sob a liderança de João Poupino Caldas para derrubar os conservadores do poder buscavam para sua causa o apoio do povo. Para o povo a causa da sua péssima condição de vida estava associada ao governo dos conservadores. Assim, para mudar a sua realidade, o povo acreditava que bastava retira-los do poder.
Assim os liberais, em destaque João Poupino Caldas e o povo combinaram para se rebelarem e protestarem no último dia de maio de 1834. Entretanto, três dias antes a notícia vazou e chegou a Antonio Correa da Costa, Presidente da Província naquele período e membro do partido conservador.
Com a possibilidade de uma revolta social, o Conselho do Governo afastou do poder Antonio Correa da Costa, e indicou como Presidente da Província de Mato Grosso, João Poupino Caldas.
João Poupino Caldas, isto é, os liberais, desistiram da Rusga, pois já estavam no poder. O povo ao tomar consciência do ocorrido viu em Poupino Caldas um traidor e resolveram conforme o estabelecido anteriormente, fazer a Rusga. Conforme estava prevista, no dia 31 de maio de 1834 o povo deu início a Rusga, partindo do Campo do Ourique, percorrendo as ruas principais da cidade, a multidão gritava “morte aos bicudos”. Os bicudos eram os portugueses donos de estabelecimentos comerciais e eram membros do partido conservador.
João Poupino Caldas ameaçado pelos populares chegou a buscar o apoio até mesmo do bispo de Cuiabá, D. Jose Reis, que com um imenso crucifixo, tentou em vão acalmar a fúria popular.
A solução encontrada para combater a violência, a desordem e a confusão dos poulares foi acionar a Guarda Nacional.
Depois de contornada em Cuiabá, a Rusga tomou outros lugares como a Guia, Santo Antonio e Chapada em menores proporções.
Muito tempo depois do ocorrido, mais precisamente em 1867, Cuiabá foi assolada pela epidemia da varíola, milhares de pessoas morreram, e o bispo D. José Reis, alegou aos fieis que a varíola era a punição de Deus, pois os cuiabanos mataram muitos portugueses durante a Rusga.
Resumidamente, a Rusga não pode ser caracterizada como uma revolução e sim como uma revolta. Pois na verdade teve como causa a luta dos partido liberal e conservador pelo poder. Essa luta não possuía uma proposta de mudança administrativa, política ou social, era meramente uma luta pelo poder, pelos interesses dos grupos dominantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário