sábado, 11 de abril de 2009

Breve Histórico de Cuiabá

O território de Mato Grosso pertencia aos espanhóis de acordo com o Tratado de Tordesilhas, porém a fronteira foi empurrada para oeste pelos bandeirantes paulistas. O primeiro a chegar à região de Cuiabá foi Manoel de Campos Bicudo, entre 1673 e 1682, na confluência dos rios Coxipó e Cuiabá, dando ao local o nome São Gonçalo. Em 1718, Pascoal Moreira Cabral seguindo orientações de Antônio Pires de Campos, filho de Bicudo, chega a São Gonçalo (hoje Comunidade de São Gonçalo Beira-Rio) encontrando a aldeia destruída. A expedição prossegue subindo o rio Coxipó em busca de índios, porém descobre ouro de aluvião nas proximidades onde o Ribeirão Mutuca deságua no Coxipó. O objetivo da expedição não era o garimpo, porém a resistência oferecida pelos índios, impondo diversas derrotas, fez com que os bandeirantes se voltassem para a exploração do ouro. Assim, o garimpo deu sustentação à fundação primeira da primeira povoação do estado, a Forquilha (atualmente sede do distrito do Coxipó do Ouro). Em 8 de abril de 1719, Pascoal Moreira Cabral assinou a Ata de Fundação de Cuiabá, enviando Antônio Nunes Maciel a São Paulo para notificar o fato ao governador da capitania, o que ocasionou intensa migração para a região. Em 1721 já possui capela dedicada a Nossa Senhora da Penha de França. Em outubro de 1722, Miguel Sutil, dono de roças nas bordas do rio Cuiabá, mandou que dois índios fossem buscar mel. Quando voltaram traziam ouro.O local do novo achado recebeu o nome de Lavras do Sutil, no córrego da Prainha, causando o esvaziamento do Arraial da Forquilha. As jazidas situavam-se nas proximidades do morro onde, hoje, encontra-se a Igreja do Rosário, área central da Capital. Em 1723, foi construída a Igreja Matriz em homenagem ao Senhor Bom Jesus de Cuiabá, no local da atual Basílica do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Nas proximidades das minas, os negros ergueram uma pequena capela dedicada a São Benedito. Em 1º de janeiro de 1727, Cuiabá foi elevada à categoria de vila, com o nome de Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, instalano-se a Câmara e o pelourinho. Mostrando-se a produção aurífera menos rendosa do que parecera, parte da população começou a abandonar Cuiabá; alguns, à procura de novas minas, seguiram para Goiás, outros voltaram para São Paulo. Por carta régia, o governo português, em 9 de maio de 1748, criou a Capitania de Mato Grosso, desmembrando-a da Capitania de São Paulo, enviando, como governador, Dom Antônio Rolim de Moura Tavares. Para fomentar a colonização e garantir a posse da terra, o capitão-general trouxe instruções do governo português para fundar a capital da província à margem direita do rio Guaporé. Em 19 de março de 1752 foi fundada Vila Bela da Santíssima Trindade, primeira capital do Estado de Mato Grosso. Em 17 de setembro de 1818, a Vila de Cuiabá foi elevada à categoria de cidade. Nessa mesma data, também Vila Bela era elevada à categoria de cidade, com o nome de Mato Grosso. Apesar de, oficialmente, ser Vila Bela a capital, muitos governadores administraram a Capitania de Mato Grosso residindo em Cuiabá, devido à insalubridade daquela cidade naquela época.
Deposição de Francisco de Paula Magessi, tela de Moacyr de Freitas (2000)
Francisco de Paula Magessi Tavares de Carvalho foi o nono e último governador da Capitania de Mato Grosso. A ele deve Cuiabá a sua categoria de capital, pois Magessi requisitou do governo central a mudança da capital de Vila Bela, alegando haver em Cuiabá condições mais salutares. Reduzida a tensão geopolítica na fronteira, podia a administração ter Cuiabá como sede. Depois da deposição do general Magessi do governo, a Capitania passou a ser administrada por duas juntas governativas, uma em Cuiabá e outra em Vila Bela.
Hasteamento da bandeira do Império, tela de Moacyr de Freitas (2000)
Somente em 1834, Antônio Pedro Alencastro, governador da Província de Mato Grosso, mudou, definitivamente, a capital para a cidade de Cuiabá. No decorrer da Guerra do Paraguai, Mato Grosso foi invadido. Devido a baixa densidade demográfica e a proximidade com o Paraguai, parecia presa fácil. Em 13 de janeiro de 1865, Leverger partiu para a Colina Melgaço para preparar as defesas contra a frota paraguaia que subia o rio Cuiabá, ameaçando a capital. Retornando a Cuiabá, Leverger assumiu a presidência da Província e reorganizou suas defesas, criando o corpo de Voluntários Cuiabanos. Com o fim da guerra em 1870 houve um novo impulso no desenvolvimento de Cuiabá, tornando-se um pólo regional, centralizando o comércio de produtos mato-grossenses e produtos provenientes da Europa. Neste período, as usinas de açúcar tornaram-se importantes economicamente e politicamente para o estado. Do quadro dos proprietários usineiros saíram vários governantes de Mato Grosso. Após um período de marasmo econômico, a situação modificou-se com a instauração do Estado Novo, quando o governo federal lançou a política de integração nacional, por meio do programa da Marcha para o Oeste. Buscava-se interiorizar as relações capitalistas e expandir o capital internamente acumulado, objetivo a que se chegou em curto prazo, no Estado e, em especial, em Cuiabá, manifestamente pela ocupação de “espaços vazios”, pelo processo de urbanização da cidade e pela valorização do solo urbano. Nas primícias de sua modernidade, Cuiabá ganhou a primeira avenida e, nela, prédios destinados à administração pública, às agências bancárias, à hotelaria e ao lazer. O processo de urbanização, iniciado no final dos anos 30 do século passado, intensificou-se na década de 60, quando Cuiabá passou à condição de pólo de apoio à ocupação da Amazônia meridional brasileira, sendo chamada de “Portal da Amazônia”.
Ponte Sérgio Motta sobre o rio Cuiabá

Prédio atual da Assembléia Legislativa de Mato Grosso (ALMT)

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