segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Curtos e cortantes limítes

Odair de Morais
escritor e professor de Literatura em Cuiabá

Asfaltaram a rua de casa até os portões da Sadia Oeste Ltda. Era uma rua bastante estreita. Caminho de pescadores. Por falta de criatividade, até mesmo o bairos é chamado de Alameda. Caminhões chegavam e partiam, em alta velocidade, a todo momento. Durante anos nos acostumamos a ver o que sobrava dos cachorros apodecendo ao sol. Rapidamente os moradores descobriram que abastecer os motoristas com álcool era uma atividade muito mais rentável do que a pesca. Seus bares, improvisados no primeiro cômodo da casa, já não fechavam nem de madrugada. Meu irmão dizia que pelo tom da pele era possível identificar quem era forasteiro.

domingo, 12 de setembro de 2010

Terceira maior baía do Pantanal enfrenta a pior seca da história




Imagens de uma grande tragédia ambiental no pantanal matogrossense num cenário de seca e devastação. Uma das mais belas paisagens do planeta pede socorro.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Conheça a história do Balneário Sayonara



O documentário 'Sayonara' conta a rica e saudosa história do balneário e casa de shows em Cuiabá (MT) que no decorrer de seus áureos tempos tornou-se a mais famosa do Centro-Oeste. O tema foi concebido, discutido, estudado e produzido em 2008 pelos alunos do Curso de Documentário da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Este projeto é uma produção independente de relevante resgate histórico e que demandou de árduo e minucioso trabalho de pesquisa que consumiu meses, com visitação a acervos públicos e particulares. A narrativa preza pela universalidade do tema ao retratar assuntos de interesse não só de Mato Grosso, mas do Brasil.O documentário 'Sayonara' é rico em imagens de arquivo, algumas pertencentes ao acervo 'Lázaro Papazian' como o ensaio das misses no balneário e outras imagens raras do acervo pessoal de Roberto Bucair, entre as quais visitas e apresentações de artistas do meio musical e personalidades políticas da época de ouro da famosa casa de show que ficou conhecida como 'um Pedacinho do Céu Caído na Terra' que permaneceu ativa durante 33 anos, entre 1959 e 1991.


Um tributo a Liu Arruda

O artista plástico Régis Gomes sempre foi fã do grande humorista cuiabano e organizou exposição em homenagem a ele no Clube Feminino

Da Redação do jornal Diário de Cuiabá

Os amantes da arte de Liu Arruda poderão reviver a trajetória do grande artista, que com sua irreverência humorística, fez de Mato Grosso, seu palco. Apesar, de sua ausência física, Liu Arruda faz parte da alma cultural e do linguajar cuiabano. Seu humor, carisma e humildade vão ficar para sempre na memória dos admiradores de sua arte.

E com esse respeito, o eterno fã do humorista, o artista plástico Régis Gomes organizou uma exposição de telas na Secretaria Municipal da Cultura de Cuiabá, ou Clube Feminino. A mostra vai até o dia 24 de setembro e conta com mais de 30 quadros, com os personagens mais queridos e engraçados de Liu Arruda.

A abertura do evento foi ontem e contou com o tributo “Irreverência a Liu Arruda”. A comadre Nhanha – cover de Arruda – encenou alguns dos personagens que marcaram a vida artística do humorista. Outros profissionais que trabalharam com Liu; como Comadre Pitú, Totó Bodega, Ivan Belém, também alegraram a noite que deu início à exposição.

Em suas telas, Régis Gomes buscou trazer o lado vivo e alegre de cada personagem de Arruda. O público poderá conferir quadros como, a Comadre Dede, Comadre Nhara, Juca, Gradestone, Xapola, Ramona, dentre outros. As telas foram trabalhadas com tintas, tecidos, e colagens, além de objetos como brinco e colares, para enriquecer ainda mais o personagem. “Com irreverência, conquistou a todos, do lixeiro ao governador. Atire a primeira pedra quem não deu uma gargalhada com Ramona, Dedê, Juca, ou mesmo Xapola”, salientou Gomes.

Para o secretário municipal da Cultura de Cuiabá, Sérgio Cintra, a linguagem de um povo é um dos principais instrumentos para o conhecimento de sua cultura e de seus valores. Cintra destacou que Liu Arruda conseguia de maneira lúdica, transmitir o "cuiabanês", reacendendo toda estima de um povo que se perdia no tempo, e que, ainda hoje, luta para preservar sua cultura, em meio a todas as transformações.

Um pouquinho do Liu

Liu Arruda nasceu em 30 de maio de 1957, filho de Nilson Arruda e Tanita Marques de Pinho Arruda. Foi o único cuiabano da família - os outros irmãos nasceram em Corumbá/MS - e o único a herdar da mãe o interesse pelo teatro.

Esse grande artista continua sendo o mais popular desde a década de 80. Sua galeria com quase 40 personagens permanece no imaginário coletivo, como se de repente a Comadre Nhara estivesse apenas tirando férias.

A primeira apresentação aconteceu em 1968, no Colégio São Gonçalo. Fez uma dublagem de “Balada para um Louco”, uma versão de Moacir Franco para a música de Astor Piazzola. A partir daí mostrou que teatro não seria apenas uma brincadeira.

Nos anos 70, junto com Ivan, participou do grupo de teatro do Sesi “Pequenos Gigantes”, atuando na peça Camilo Ramos Suing. Com Ivan Belém, o artista tomou conta da noite, com as poderosas Creonice e Comadre Nhara. Uma união que emplacou de vez com o espetáculo, “Elas por Eles. Em mais de 25 anos de carreira e centenas de apresentações teatrais, Liu ainda participou de novela manteve colunas em jornais e lançou o CD “Ocê qué vê, escuta”, com catorze faixas, sete músicas e sete piadas. Liu Arruda morreu no dia 24 de outubro de 1999, com 42 anos. (Com Assessoria)

domingo, 5 de setembro de 2010

Tibério e Trindade interpretando uma bela moda pantaneira


Coração Pantaneiro


Meu coração pantaneiro
Onde pulsa a natureza
Sol nascente do desejo
Da paixão em correnteza

Comandante em meu cavalo
Nos caminhos boiadeiros
Navegante pelas águas
Desses rios canoeiros

Meu coração pantaneiro
Que o amor já fez morada
Dor de peão boiadeiro
Que procura sua amada

Uma garça majestosa
Flor campeira de mulher
Bate asas tão distante
Inda não sabe o que quer

Tuiuiú, ai tuiuiú

Voa, vai dizer a ela
Que a paixão é verdadeira
Diz que sou peão escravo
Dessa garça pantaneira

Tuiuiú, ai tuiuiú

Voa, vai dizer a ela
Que a paixão é verdadeira
Diz que sou peão escravo
Dessa garça pantaneira

E assim, eu vou levando
Essa dor apaixonada
Em coda ponto de estrela
Vejo o rosto dessa amada

Ponteando na viola
A esperança de um sinal
De poder em suas asas
Revoar o pantanal

Tuiuiú, ai tuiuiú

Voa, vai dizer a ela
Que a paixão é verdadeira
Diz que sou peão escravo
Dessa garça pantaneira
Pantaneiro toca e canta ao som da viola de cocho



Em um dos passeios de barco pelo rio Cuiabá paramos na casa do seo Dito, um pantaneiro proseador, fã da Eliana, que recebe salário do sesc para receber visitantes em sua casa à margem do rio.
Ele recebeu o pessoal que estava no barco (isso era umas 7 horas da manhã) e tocou um cururu, música típica pantaneira, tocada em uma viola de cocho. A letra é uma incógnita, assim como quase tudo que ele fala.


"viu guri o que o que eu acho bonito é o papagaio da mata verde

e a inhuma do pantanal tem a alma da beira do rio.

Deus que sabe a boa hora, Deus que saber o bom lugar mas até hoje é o que eu alembro (sic)..."

Mais ou menos isso...
Confira uma homenagem à Michael Jackson em versão Cururu

Uma homenagem ao astro pop Michael Jackson ao som de viola-de-cocho e no ritmo do Cururu mato-grossense.