sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Um tributo a Liu Arruda

O artista plástico Régis Gomes sempre foi fã do grande humorista cuiabano e organizou exposição em homenagem a ele no Clube Feminino

Da Redação do jornal Diário de Cuiabá

Os amantes da arte de Liu Arruda poderão reviver a trajetória do grande artista, que com sua irreverência humorística, fez de Mato Grosso, seu palco. Apesar, de sua ausência física, Liu Arruda faz parte da alma cultural e do linguajar cuiabano. Seu humor, carisma e humildade vão ficar para sempre na memória dos admiradores de sua arte.

E com esse respeito, o eterno fã do humorista, o artista plástico Régis Gomes organizou uma exposição de telas na Secretaria Municipal da Cultura de Cuiabá, ou Clube Feminino. A mostra vai até o dia 24 de setembro e conta com mais de 30 quadros, com os personagens mais queridos e engraçados de Liu Arruda.

A abertura do evento foi ontem e contou com o tributo “Irreverência a Liu Arruda”. A comadre Nhanha – cover de Arruda – encenou alguns dos personagens que marcaram a vida artística do humorista. Outros profissionais que trabalharam com Liu; como Comadre Pitú, Totó Bodega, Ivan Belém, também alegraram a noite que deu início à exposição.

Em suas telas, Régis Gomes buscou trazer o lado vivo e alegre de cada personagem de Arruda. O público poderá conferir quadros como, a Comadre Dede, Comadre Nhara, Juca, Gradestone, Xapola, Ramona, dentre outros. As telas foram trabalhadas com tintas, tecidos, e colagens, além de objetos como brinco e colares, para enriquecer ainda mais o personagem. “Com irreverência, conquistou a todos, do lixeiro ao governador. Atire a primeira pedra quem não deu uma gargalhada com Ramona, Dedê, Juca, ou mesmo Xapola”, salientou Gomes.

Para o secretário municipal da Cultura de Cuiabá, Sérgio Cintra, a linguagem de um povo é um dos principais instrumentos para o conhecimento de sua cultura e de seus valores. Cintra destacou que Liu Arruda conseguia de maneira lúdica, transmitir o "cuiabanês", reacendendo toda estima de um povo que se perdia no tempo, e que, ainda hoje, luta para preservar sua cultura, em meio a todas as transformações.

Um pouquinho do Liu

Liu Arruda nasceu em 30 de maio de 1957, filho de Nilson Arruda e Tanita Marques de Pinho Arruda. Foi o único cuiabano da família - os outros irmãos nasceram em Corumbá/MS - e o único a herdar da mãe o interesse pelo teatro.

Esse grande artista continua sendo o mais popular desde a década de 80. Sua galeria com quase 40 personagens permanece no imaginário coletivo, como se de repente a Comadre Nhara estivesse apenas tirando férias.

A primeira apresentação aconteceu em 1968, no Colégio São Gonçalo. Fez uma dublagem de “Balada para um Louco”, uma versão de Moacir Franco para a música de Astor Piazzola. A partir daí mostrou que teatro não seria apenas uma brincadeira.

Nos anos 70, junto com Ivan, participou do grupo de teatro do Sesi “Pequenos Gigantes”, atuando na peça Camilo Ramos Suing. Com Ivan Belém, o artista tomou conta da noite, com as poderosas Creonice e Comadre Nhara. Uma união que emplacou de vez com o espetáculo, “Elas por Eles. Em mais de 25 anos de carreira e centenas de apresentações teatrais, Liu ainda participou de novela manteve colunas em jornais e lançou o CD “Ocê qué vê, escuta”, com catorze faixas, sete músicas e sete piadas. Liu Arruda morreu no dia 24 de outubro de 1999, com 42 anos. (Com Assessoria)

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