sábado, 31 de outubro de 2009

LIU ARRUDA: o falar cuiabano na língua da Comadre Nhara


Nesta esteira de resgate, Liu Arruda empunha a bandeira mais alta e busca escrever, produzir e encenar peças teatrais, criar personagens que falam cuiabanamente.

Semelhantemente, refere-se Gruzinski (2001) a isso como o sintoma de um inquietante conservadorismo, através do qual poetas, escritores, cineastas exploram clichês em que o primitivo e o perene são o desejado.

Foram inúmeras peças. A personagem Comadre Nhara, segundo Liu Arruda, foi totalmente inspirada em uma vizinha, falante do falar cuiabano, que era uma mulher irreverente, debochada. Usava vestidos de chita coloridíssimos, usava leques para se abanar e a particularidade eram suas bolsas: sempre do mesmo pano do vestido. A personagem, por sua vez, era moderna, conhecedora de problemas políticos e sociais bem como econômicos. A personagem, assim, é da elite, aborda assuntos que interessam a todas as classes.

Essa criação não se ateve ao teatro. Seu sucesso foi tanto, que foi oferecido a ela um programa de TV - na TV Brasil Oeste - intitulado CARA-A-CARA COM A COMADRE NHARA. A um só tempo, Nhara ganhou um coluna, no Jornal A Gazeta: NHARA COMENTA.


ALMEIDA, Manoel Mourivado S.; COX, Maria Inês Pagliari (Orgs.) Vozes Cuiabanas: estudos linguísticos em Mato Grosso. Falar e dizer cuiabanos na mídia: signos que se renovam. Cuiabá: Cathedral Publicações, 2005 p.172.

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