sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Artista cuiabano retrata em telas história de Mato Grosso

Entre as telas de Moacyr de Freitas, paisagens de séculos atrás e acontecimentos importantes, como a fundação de Cuiabá.


A maior parte das pinturas que retratam a história de Mato Grosso foi parar no exterior.Uma das melhores formas de conhecer o nosso passado é por meio dos desenhos e pinturas deixados por quem viveu ou passou por Mato Grosso nos últimos dois, quase três séculos. Mas é difícil encontrar esses registros. A maior parte foi parar no exterior. Para compensar a falta dessas imagens em nossos acervos, o trabalho de um arquiteto cuiabano foi fundamental.

Cenas como a expedição que percorria o rio Cuiabá entre os anos de 1789 e 1792, lavras de ouro em Nossa Senhora do Livramento, os índios guaicurus, os apiacás, bororos e guanás... Retratos na visão de estrangeiros que passaram por Mato Grosso há cerca de 200 anos.

Histórias reais que só podem ser vistas nos livros ou em museus que ficam do outro lado do mundo. Praticamente todo o registro de imagens feitas em Mato Grosso durante os períodos do Brasil Colônia e Império foram parar na Europa. A bandeira do Divino Espírito Santo, em Diamantino, obra pintada em 1828 está em um museu de São Petesburgo, na Rússia.

Também há outras cenas retratadas por Hercule Florence, que integrou uma expedição no início do século 19. Todas estão em acervos russos. Pinturas de outros artistas, que mostram o passado de Mato Grosso, estão em museus de Portugal e da Alemanha, como a procissão de domingo de Ramos na Cuiabá do fim do século 19, que está no Instituto Ibero Americano, em Berlim.

Para não deixar nossos museus quase sem imagens para mostrar ao público, artistas contemporâneos tentam voltar ao passado. Em um painel de gesso, feito por Olindo Aldrigo em 1975, a chegada dos bandeirantes.



Artista cuiabano

Um artista soube retratar os principais fatos da história de Mato Grosso. Nas telas de Moacyr de Freitas, paisagens de séculos atrás e acontecimentos importantes, como a fundação de Cuiabá.

No acervo do Museu Histórico, em Cuiabá, 60 telas contam como surgiram as vilas que deram origem aos nossos municípios, os hábitos da população, no campo e na cidade, e até tragédias como o surto de varíola que matou metade da população da cidade em 1867. Nas pinturas um tema recorrente são as expedições que desbravaram um território até então desconhecido.



Trabalhos

Autor de oito livros, arquiteto aposentado, depois de assinar dezenas de projetos na capital, como o da rodoviária e do centro de ciências biológicas da UFMT, o cuiabano Moacyr de Freitas, aos 78 anos, não tem folga do papel e do grafite. Ele já perdeu as contas de quantas gravuras já produziu. Muitas vão para a moldura, outras são apenas rascunho para as telas pintadas em acrílico.

Mas não basta habilidade no desenho. Estudar a história de Mato Grosso foi essencial para conseguir tanta precisão nos detalhes. Modesto, Moacyr de Freitas não se considera um artista, mas ele não disfarça a satisfação quando pensa nos resultados de seu trabalho.
disponível em : http://rmtonline.globo.com/noticias.asp?em=2&n=406011&p=2 acesso em 11/12/2009

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