segunda-feira, 14 de março de 2011

Um rei africano no Brasil


Um rei africano no Brasil


Nos porões de um navio negreiro, um rei destronado chegou ao Brasil. Mas a condição de escravo, na antiga Vila Rica (atual Ouro Preto), não o impediu de reinar novamente. Chico Rei, como ficou conhecido, libertou seu povo da fúria dos senhores, fez nova fortuna e se tornou figura de destaque em Minas Gerais e no imaginário da cultura popular brasileira. O livro A história de Chico Rei: um rei africano no BrasiI, lançamento de Edições SM, é uma oportunidade para que os jovens leitores conheçam a história de luta e solidariedade desse bravo personagem.

A obra é escrita e ilustrada por Béatrice Tanaka, premiada autora de livros infantis, que passou a adolescência em Minas Gerais. Retratando fielmente o Brasil colonial, Béatrice traduz a saga deste rei do Congo trazido ao Brasil em prosa ritmada e fluente, que lembra muito a oralidade de uma contação de histórias. O livro é complementado por um poema de Cecília Meireles dedicado ao herói negro, além da letra do samba-enredo dos Acadêmicos do Salgueiro de 1964 – ano em que Chico Rei foi homenageado pela escola no Carnaval carioca. Há ainda um texto autobiográfico, no qual a autora conta como conheceu Chico Rei, adornado por desenhos feitos por ela na década de 50.

Indicado para o leitor fluente (a partir de 10/11 anos), A história de Chico Rei leva a criança a explorar a realidade do Brasil nos tempos da colonização através de um personagem emblemático e mostra as raízes da cultura brasileira, retratando congadas, escolas de samba e instrumentos de percussão que, mais tarde, se misturaram aos ritmos portugueses, originando diversas correntes musicais. Dando vida ao enredo, Béatrice explora as cores e tonalidades das ilustrações, construindo verdadeiras narrativas imagéticas que enchem os olhos do leitor e o fazem mergulhar em uma obra que reúne o prazer da leitura e o conhecimento da História.


A AUTORA E ILUSTRADORA

Béatrice Tanaka nasceu em 1932, na cidade de Czernowitz, então pertencente à Romênia, e atualmente na Ucrânia. No Brasil desde 1947, é figurinista e cenógrafa premiada pela Bienal de São Paulo (1961) e autora e ilustradora de mais de quarenta livros. Já recebeu duas vezes o prêmio concedido aos cinquenta mais belos títulos publicados anualmente na França (50 Beaux Livres de l’Année). (com assessoria)

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