sábado, 21 de maio de 2011

Mato Grosso adota novo modelo de gestão para valorizar os museus




A cultura de Mato Grosso adota novo modelo de gestão para proteger e valorizar os museus. A administração será feita por meio de convênios com institutos e associações.

Entrevista com historiador José Wilson Tavares




Ele fala sobre o lançamento do livro que conta a história e tradição de Várzea Grande.

Arquivo Público guarda a história de Mato Grosso




Conheça um cantinho de Cuiabá que guarda parte da história de Mato Grosso. É o Arquivo Público de Mato Grosso, que neste mês completa 115 anos de fundação.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Livro traz a origem da Capitania de MT a partir da administração de Rolim de Moura


Quem foi Rolim de Moura? Na era da informação e da tecnologia, se usarmos o termo em sites de busca na Internet, encontraremos referências de cidades, faculdades e ruas. Se acrescentarmos Antonio, aí então encontraremos referências sobre o primeiro governador da Capitania de Mato Grosso. Mas, como se deu sua administração? Como era a vida de um nobre português designado a urbanizar a primeira capital de Mato Grosso e resguardar suas fronteiras? As respostas a estas perguntas podem ser encontradas no livro “Origem da Capitania de Mato Grosso: 1748 – 1765”, do historiador e mestre Israel de Faria Figueiredo, que inova ao acrescentar na obra um CD de áudio, com a narração da mesma.

Mineiro de nascença, há mais de 20 anos em Mato Grosso, Israel começou a estudar história depois de se aposentar como bancário. Durante o período de faculdade na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o tema Rolim de Moura mexeu com a imaginação do escritor e fez com que este se aprofundasse na história do Conde de Azambuja, titulação dada pela Coroa Portuguesa, tanto que este foi o tema de seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Partindo para o mestrado, Israel deu continuidade a sua busca sobre a vida e administração de Rolim de Moura, que resultou em um livro, que será lançado este mês, em comemoração ao Aniversário de Mato Grosso. “Rolim de Moura foi o primeiro governador da Capitania de Mato Grosso, defendeu a fronteira, urbanizou a primeira capital, quando os espanhóis tentaram invadir Mato Grosso ele segurou as pontas (sic). Poucas pessoas conhecem a sua história, pois ele acabou caindo no esquecimento”, relata Israel.

Mesmo depois de finalizado o mestrado, a pesquisa não parou. “Continuei por que sabia que iria encontrar mais coisas sobre ele”, completa o autor. Em busca de informações de ordem pessoal do governador, Israel chegou até a correspondência dos jesuítas, relatórios nos quais os religiosos ofereciam apoio na invasão ao Brasil, liderando os indígenas. Das entrelinhas dos documentos, o escritor conseguiu extrair as angústias e as impressões do nobre português sobre a colonização, administração e convivência com o povo no sertão brasileiro, mais especificamente de Mato Grosso.

“Poucos historiadores tiveram acesso a esses documentos, tão profundamente, e através deles foi possível identificar os conflitos existentes entre o governador, os jesuítas, os sertanistas e os indígenas”, explicou o escritor.

Rico em detalhes de como foi a administração feita por Rolim de Moura, prevista para três anos e que acabou durando cerca de 14 anos, o livro prende a atenção do leitor, não apenas do historiador, dos profissionais da área, mas também dos leigos. De fácil entendimento e com uma linguagem leve, e trazendo temas atuais da administração pública, o livro “Origem da Capitania de Mato Grosso: 1748 – 1765” vem a ser “mais uma excelente obra sobre a história colonial do estado de Mato Grosso (...) um componente a mais para enriquecer o seu conhecimento da Historia de Mato Grosso”, conforme prefaciou a professora e mestre de Sociologia, História e Filosofia Marcia M. Bretas.

CD DE AUDIO

Com o objetivo de colocar seu livro a alcance de todos, o historiador Israel também inovou em gravar um CD de áudio com a narração da obra, nas vozes do jornalista Elias Neto e da cantora Paula dos Anjos. “Em um primeiro momento, o intuito de gravar o CD é de poder colocar ao alcance das pessoas com dificuldades visuais o conteúdo do livro, mas dessa forma também poderemos facilitar a vida de muitas pessoas que poderão escutar a obra enquanto realizam outros trabalhos”, ressalta Israel.

O livro “Origem da Capitania de Mato Grosso: 1748 – 1765” será lançado no dia 12 de maio, no auditório da Livraria Janina, no Pantanal Shopping, a partir das 17 horas, como parte das comemorações do aniversário de 263 anos de Mato Grosso.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Conheça a Rusga, uma das revoltas ocorridas durante o Período Regencial brasileiro



Após o processo de independência, o cenário político nacional se viu fragmentado em dois setores maiores que disputavam o poder entre si. De um lado, os políticos de tendência liberal defendiam a autonomia política das províncias e a reforma das antigas práticas instauradas durante a colonização. Do outro, os portugueses defendiam uma estrutura política centralizada e a manutenção dos privilégios que desfrutavam antes da independência.

Com a saída de Dom Pedro I do governo e a instalação dos governos regenciais, a disputa entre esse dois grupos políticos se acirrou a ponto de deflagrar diversas rebeliões pelo Brasil. Na região do Mato Grosso, a contenda entre liberais e conservadores era representada, respectivamente, pela “Sociedade dos Zelosos da Independência” e a “Sociedade Filantrópica”. No ano de 1834, as disputas naquela província culminaram em um violento confronto que ganhou o nome de Rusga.

Segundo pesquisas, os liberais mato-grossenses organizaram um enorme levante que pretendia retirar os portugueses do poder com a força das armas. No entanto, antes do ocorrido, as autoridades locais souberam do levante combinado. Com isso, tentando desarticular o movimento, decidiram colocar o tenente-coronel João Poupino Caldas – aliado dos liberais – como novo governador da província. Apesar da mudança, o furor dos revoltosos não foi contido.

Na madrugada de 30 de maio de 1834, ao som de tiros e palavras de repúdio contra os portugueses, cerca de oitenta revoltosos partiram do Campo do Ourique e tomaram o Quartel dos Guardas Municipais. Dessa forma, conseguiram conter a reação dos soldados oficias e tomaram as ruas da capital em busca dos “bicudos”. “Bicudo” era um termo depreciativo dirigido aos portugueses que foi inspirado pelo nome do bandeirante Manuel de Campos Bicudo, primeiro homem branco que se fixou na região.

A ordem dos “rusguentos” era de saquear a casa dos portugueses e matar cada um que se colocasse em seu caminho, levando como troféu a orelha de cada inimigo morto. Segundo alguns relatos, centenas de pessoas foram mortas pela violenta ação que aterrorizou as ruas de Cuiabá. Logo após o incidente, foram tomadas as devidas providências para que os líderes e participantes da Rusga fossem presos e julgados pelas autoridades.

Em um primeiro momento, Poupino Caldas quis contornar a situação sem denunciar o ocorrido para os órgãos do governo regencial. Contudo, não suportando o estado caótico que se instalou na cidade, pediu socorro do governo central, que – de imediato – nomeou Antônio Pedro de Alencastro como novo governador da província. Contando com o auxílio da antiga liderança liberal, os cabeças do movimento foram presos e mandados para o Rio de Janeiro.

Apesar de nenhum dos envolvidos sofrer algum tipo de punição das autoridades, o clima de disputa política continuava a se desenvolver em Cuiabá. O último capítulo dessa revolta aconteceu em 1836, quando João Poupino Caldas – politicamente desprestigiado – resolveu deixar a província. No exato dia de sua partida, um misterioso conspirador o alvejou pelas costas com uma bala de prata. Na época, esse tipo de projétil era especialmente utilizado para matar alguém que fosse considerado traidor.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

Veja um resumo das característica da Rusga