quinta-feira, 16 de abril de 2009

PANORAMA SÓCIOCULTURAL

Bairro do Porto. 2004. Gravura Moacyr Freitas. Fonte: Prefeitura Municipal de Cuiabá.


A SOCIEDADE COLONIAL



A sociedade mato-grossense, no Período Colonial, era composta por diversas camadas sociais:



HOMENS LIVRES




Compreendendo, nesta categoria, as Elites, a Camada Média e os Homens Livres Pobres.



As Elites eram compostas pelos:



* Fazendeiros, homens bem-sucedidos, os quais requeriam, logo que chegavam à região, cartas de sesmarias, através das quais obtinham grandes extensões de terra onde desenvolviam a agricultura, até mesmo com a produção de excedente que era vendido aos mineiros, mantendo, muitos deles, engenhos de açúcar e de farinha de mandioca e milho. Esses proprietários de terras o eram também de escravos e representavam a camada superior da escala social. Conceituados junto às autoridades administrativas, ocupavam postos de comando político-administrativo na região;



* Grandes comerciantes, ligados ao comércio importador e exportador;

* Burocratas do Estado, compreendendo os políticos de carreira, o alto clero e os funcionários públicos que ocupavam o primeiro escalão;



Tela de Jean-Baptiste Debret





A Camada Média, composta por profissionais liberais, baixo clero, professores, funcionários públicos, militares, ambos de médio posto e pequenos comerciantes.














Militares, detalhe de aquarela de Jean-Baptiste Debret










A categoria Homens Livres Pobres era composta de:







* Militantes de baixa ou nenhuma patente; militar de baixa patente no perído colonial







* Mineiros (trabalhadores das minas); e





* Pequenos agricultores, que sobreviviam de roças, da pesca e da agricultura de subsistência, ou que não tinham qualquer emprego fixo. Considerando que, no mundo colonial, as relações de trabalho eram majoritariamente escravistas, a atuação dos homens pobres como trabalhadores assalariados era insignificante, podendo, alguns deles, manter um estabelecimento comercial, na maioria das vezes pequenas vendas ou tavernas. Alguns poucos, tentando fugir da pobreza, empregravam-se como capatazes, feitores ou trabalhadores braçais junto aos estabelecimentos agrícolas.






Destaca-se, entre os homens livres pobres, os soldados, oriundos das famílias de poucas posses. Muitos deles encontravam no serviço militar uma forma de manter-se, mesmo recebendo baixos soldos. O contingente militar mato-grossense sempre foi acanhado diante da extensão da fronteira Oeste, porém mantinha-se, do alto Guaporé ao baixo Paraguai.







Escravos


Trabalho escravo







Os escravos constituíam uma significativa parcela da sociedade mato-grossense. Era essa camada social composta de negros aficanos ou seus descendentes e pelos índios, conhecidos como "negros da terra". Representavam uma mercadoria, podendo ser vendidos e até mesmo mortos por seus proprietários.















Escravidão, uma forma de trabalho predominante durante o período colonial







A pobreza na região mineira




A pobreza na sociedade mato-grossense, visto que a maioria da população não possuia bens, fazia com que os homens livres pobres, índios e escravos se aproximassem, mantendo relações de ajuda e de solidariedade. Essa pobreza nas minas cuiabanas era frequentemente agravada pela carência de alimentos, pois a maioria da população se dedicava, majoritariamente, à mineração.



Debret, Berimbau











FONTE: SIQUEIRA, Elizabeth Madureira. História de Mato Grosso: da ancestralidade aos dias atuais. Cuiabá: Entrelinhas, 2002, p. 58-9

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