quinta-feira, 20 de agosto de 2009


TRANSFERÊNCIA DA CAPITAL DE VILA BELA PARA CUIABÁ

A transferência da capital de Vila Bela da Santíssima Trindade para Cuiabá ocorreu na data de 20/08/1821
Nesse período tínhamos como cenário a decadência da mineração, o sonho da elite mato-grossense de participar do capitalismo internacional através da navegação da bacia platina, contudo este sonho somente se concretizou em 1857.
O processo de transferência da capital aconteceu durante o período da independência, momento em que o Brasil rompia definitivamente os laços coloniais com Portugal. Dessa maneira é primordial enfatizar a administração dos últimos capitães-general de Mato Grosso.
No início do século XIX, tomou posse o governo da Capitania João Carlos Augusto D’Oeynhausen e Gravemberg, Marquês de Aracaty. Na sua administração, ocorreu a transferência dos Órgãos Públicos de Vila Bela para Cuiabá. Assim o capital-general podia administrar a capitania através de Cuiabá. Outro fato que marcou sua administração foi a grande quantidade de comemorações e festas, fazendo assim que seu governo tivesse grande popularidade e um alto grau de aceitação entre a população. Estas festas serviam para mascarar a pobreza e alimentar a população que passava por um período de miséria. Para a realização destas festas, este governante usou do cofre público e endividou mais ainda a Capitania.
Outro aspecto que marcou o seu governo foi à construção da Santa Casa de Misericórdia e do Hospital São João dos Lázaros, que servia para abrigar os leprosos. Este hospital ficava nas proximidades do bairro Areão, do Colégio Estadual João Briene.
Francisco de Paula Magessi Tavares de Carvalho, conhecido como Dom Barão de Vila Bela, foi o último governante antes da transferência da capital de Vila Bela para Cuiabá. A sua administração foi caracterizada pela austeridade econômica e pela contensão de gastos, já que herdou uma capitania falida devido as festas promovidas pelo seu antecessor. Com problemas econômicos alarmantes, o governante atrasou os salários dos funcionários, e acabou com as festas. Como conseqüência dessa atitude, Francisco Magessi teve sei governo marcado pela impopularidade.
Foi durante o governo de Magessi, que a elite defendeu arduamente os seus argumentos para efetivar a transferência da capital. De acordo com a elite cuiabana a transferência da capital deveria acontecer devido aos seguintes motivos:
1 – Cuiabá possuía aproximadamente 20.000 habitantes e Vila Bela mais de 6.000.
2 – Cuiabá era uma região salubre e Vila Bela uma região insalubre que possuía várias áreas alagadas facilitando a proliferação de doenças.
3 – Partindo de Cuiabá utilizando a Bacia Platina poderia se chegar ao sul do Brasil e ao Rio de Janeiro, ao Uruguai e a Argentina e partindo de Vila Bela utilizando a Bacia Amazônica não se chegaria aos grandes centros.
4 – A elite cuiabana estava voltada para o comércio, para o extrativismo vegetal e matéria prima visando à exploração, e a elite de Vila Bela dedicava-se tão somente a agricultura de subsistência.
No início do segundo semestre de 1821, Francisco Magessi que a semelhança de João Carlos administrava a capitania a partir de Cuiabá, atende ao pedido os moradores de Vila Bela e partiu para o Guaporé (Vila Bela). Aproveitando da ausência do capitão-general, a elite cuiabana se junto com os altos cargos da Igreja Católica, e com o apoio dos militares declararam a deposição de Magesi e a seguir instituíram uma junta de Governo.
Francisco Magesi estando em Vila Bela e a elite sabendo do ocorrido em Cuiabá procede da mesma maneira, isto é, a elite de Vila Bela juntamente com o Clero e militares resolveram também depor Magessi, e instituíram uma outra junta de Governo. Assim tínhamos na Província de Mato Grosso dois governos paralelos.
A elite cuiabana pediu apoio a D. Pedro I, pois a elite cuiabana tinha acesso e conhecimento junto do Governo Imperial, e a elite de Vila Bela pediu apoio a Portugal e à população. Para conquistar as massas populares e ao mesmo tempo incomodar a elite de Cuiabá, a juta de Governo de Vila Bela declarou o fim da escravidão, o dim da castidade para moças e donzelas e o fim da fidelidade conjugal.

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