sábado, 2 de maio de 2009

HISTÓRIA NA IMPRENSA: MARIA ARRUDA MÜLLER


Lição de vida: Maria de Arruda Müller
O amor à educação é a mais importante lição ensinada por Maria de Arruda Müller. A professora dedicou 76 anos da sua vida aos estudantes cuiabanos. Só deixou as salas de aulas aos 96 anos, com problemas de saúde. Nesse ano de 2008 ela completaria 110 anos de idade.
A escritora, professora e poetiza Maria Muller nasceu em Cuiabá, no dia 9 de dezembro de 1898. Aos cinco anos ela já estava alfabetizada. É descendente da família Arruda, uma das mais tradicionais da cidade. Filha do coronel João Pedro de Arruda e de Adelina Ponce de Arruda, e neta de Generoso Ponce, um dos políticos mais atuantes no século XIX.
Confira uma galeria de imagens de Maria Müller
Maria foi inovadora como ativista cultural. Fundou em 1919 a primeira revista feminista mato-grossense, A Violeta, que circulou na primeira metade do século XX, com cunho patriótico. Assinava a publicação usando pseudônimos como Mary, Chloé, Vampira, Consuelo, Sara, Lucrecia, Ofélia e Vespertina.
Ela foi comprometida com o social. Criou o Abrigo dos Velhos e o das Crianças. Foi também esposa, mãe e avó. Em abril de 1919, casou-se com o primeiro interventor do Estado, Júlio Strubing Müller; teve sete filhos, 23 netos e mais de 50 bisnetos.
Como escritora, publicou em 1972 o livro 'Família Arruda'. Anos depois, em parceria com a amiga, musicista e poetiza Dunga Rodrigues, escreveu "Cuiabá ao longo de 100 anos". Uma outra obra de sucesso foi lançada em comemoração ao centenário de Maria Müller. No ano de 1998 foi publicado "Sons Longíncuos", uma coletânea de poemas da professora.
Os livros e revistas de autoria de Maria Müller a levaram a romper preconceitos. Maria foi a primeira mulher a entrar na Academia Mato-grossense de Letras (AML), em 1930. Ela ocupou a cadeira de número sete. Sua atuação rendeu-lhe uma outra importante homenagem: um dos colégios mais tradicionais de Cuiabá, o Liceu Cuiabano, foi rebatizado como Maria de Arruda Müller.
A professora não está mais entre nós. Partiu às 10h do dia 4 de dezembro de 2003. Morreu vítima de um infarte, em um hospital da capital.
No último ano de vida, ela recebeu a maior homenagem da sua história. Por ter sido a professora mais antiga do Brasil, o Ministério da Educação entregou-lhe, em 2002, como prêmio a comenda de Ordem Nacional do Mérito Educativo, grau de Grande Oficial. Essa comenda prestigia personalidades que prestaram serviços excepcionais à educação.

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