quinta-feira, 20 de agosto de 2009

GUERRA DO PARAGUAI (TRÍPLICE ALIANÇA)
Atualmente há muitas divergências na historiografia brasileira com relação as reais causas da Guerra do Paraguai. Mas faremos a opção de optar pela linha historiografia que relaciona a guerra ao interesse inglês em destruir o Paraguai e manter a livre navegação da Bacia Platina.
Segundo essa visão historiográfica, a Inglaterra como avançava no processo de industrialização precisava cada vez mais de mercados fornecedores de matéria prima e de mercado consumidor. Ao mesmo tempo, a Inglaterra se assustava com o desenvolvimento econômico do Paraguai representava um empecilho aos interesses capitalistas da Inglaterra.
O Paraguai ficou independente em 1811, optou pela República, e seus governantes promoveram uma política de desenvolvimento dando estímulos a indústria nacional, a educação, a construção de ferrovias e do telégrafo. No campo, o governo promoveu a reforma agrária, tornando o país um rido produtor de cereais, como o trigo.
No período da guerra, o Paraguai era governado por Solano Lopes, e assim com relação aos demais países da América do Sul, podia ser caracterizado como uma potência. Entretanto, o Paraguai por não ter acesso direto para o mar, usava para escoar os seus produtos os portos de Buenos Aires e Montevidéu.
Outro fator gerador da Guerra do Paraguai era a tensão existente entre o Brasil e Paraguai por causa da indefinição das suas fronteiras.
No entanto, o motivo que deu início a Guerra da Tríplice Aliança foi o aprisionamento da embarcação “Marques de Olinda”, que saiu de São Paulo e caminho de Cuiabá, trazendo a bordo o novo presidente de Província de Mato Grosso, Frederico Carneiro de Campos.
Com o seqüestro do navio brasileiro pela forças paraguaias, Solano Lopes deu o motivo que o Brasil, Uruguai e Argentina precisavam para desencadear a guerra.
As forças paraguaias iniciam a guerra com a tomada de Corumbá, e conseqüentemente essa ação acabou bloqueando a Bacia Platina e isolando Mato Grosso das demais províncias brasileiras.
Durante a guerra, a província de Mato Grosso passou por uma série de transformações, como por exemplo, o medo. A população tinha medo dos paraguaios, dos desertores, dos negros do quilombo do Rio do Manso, e mais tarde da varíola, pois muitas pessoas faleceram vítimas desta epidemia. Para evitar que a doença se propagasse mais, o governo provincial construiu o Cemitério Nossa Senhora do Carmo (conhecido como Cai-Cai).
Outra conseqüência gerada pela guerra foi a fome, uma vez que o bloqueio da Bacia Platina, a província deixou de receber muitos produtos que chegavam através dos rios. E para piorar ainda, em janeiro de 1865, as águas do Rio Cuiabá transbordaram ocasionando uma grande enchente na capital, destruindo algumas roças de subsistência, o que acarretou no aumento dos preços dos alimentos.
Em 1867, com a retomada de Corumbá, as tropas de Solano Lopes começam a perder forças, e em 1870, i Brasil derrotou o exército paraguaio.
Segundo a Historiadora Luiza Volpato em sua obra Cativos do Sertão, fazendo uma alusão a Bíblia, no capítulo “O apocalipse cuiabano”, a guerra representou para a população de Mato Grosso, o fim dos tempos.
Ao término da guerra, o Paraguai enfrentou como conseqüências:
1 – Ocorreu um verdadeiro genocídio onde o exército brasileiro com apoio da Argentina e do Uruguai financiados pela Inglaterra massacrou o exército paraguaio matando muitos homens.
2 – Devido o grande número de homens mortos, o governo paraguaio permitiu a poligamia para os homens com objetivo de incentivar o aumento da população.
3 – O país tornou dependente do capitalismo inglês.
4 – A debilidade de sua economia provocou uma intensa migração para Mato Grosso.
Com relação a Mato Grosso, o fim da guerra proporcionou a reabertura da Bacia Platina, permitindo a exportação dos produtos do extrativismo vegetal como látex, a poaia, a erva-mate, como também produtos agrícolas como a cana de açúcar. Através da navegação fluvial, a província importava pianos, vidros, espelhos, tecidos, denter outros. Paralelamente ocorreu o surgimento de uma burguesia comercial que se dedicava ao comércio de importação e exportação, provocando o desenvolvimento dos portos de Corumbá, Cáceres e Cuiabá.

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