quinta-feira, 20 de agosto de 2009

PRIMEIRA REPÚBLICA – CORNELISMO
Na História do Brasil, o período da Primeira República compreende os anos de 1889 até 1930. nesse período Mato Grosso esteve dividido em Oligarquias do Norte, que era composta por usineiros e proprietários de terra, e a Oligarquia do Sul, formada pelos comerciantes, pecuaristas e os empresários do mate.
Foi nesse período marcado por lutas pelo poder, grandes conflitos e guerras entre os coronéis e seus jagunços. Nesse período histórico tivemos como um dos maiores coronéis, o usineiros Totó Paes de Barros.
Totó Paes de Barros de destacou com a Política dos Governadores, que consistia em uma troca de favores entre pó governo central e as oligarquias estaduais.
Em 1898, aconteceu uma eleição estadual para escolha do Presidente de Mato grosso, então Generosos Paes Leme de Souza Ponce, apoioi João Félix Peixoto de Azevedo e Manoel Murtinho apoiou como seu candidato José Maria Metelo e nessas eleições sai como vencedor Peixoto de Azevedo e Murtinho não concordando com os resultados criou a Legião Campos Salles que tinha no comando Totó Paes, e seu objetivo era pressionar e invalidar as eleições.
Ocorreu outra eleição, e desta vez o vencedor foi Antonio Pedro Alves de Barros que era candidato apoiado de Murtinho. Como Totó Paes desenvolveu um bom comando a frente da Legião Campos Salles, ele também passou a ser o comandante da Divisão Patriótica que foi criada por Murtinho e Antonio Pedro com o objetivo de reprimir a oposição e garantir a tranqüilidade.
Totó Paes começou seus trabalhados com a perseguição de oposicionistas que se concentraram na Usina Conceição, de propriedade de João Paes de Barros, irmão de Totó Paes de Barros, e se localizavam em Rio Abaixo. Totó Paes de Barros em companhia de seus jagunços se deslocou até a região, fezo cerco armado a usina, pediram que os opositores se entregassem, e a seguir executou a prisão dos mesmos, porém, a Divisão Patriótica de Totó Paes voltou para Cuiabá sem os prisioneiros.
Logo, com a escassez das chuvas, a população descobriu na Baía do Garcez 17 ossadas, sendo revelada a chacina comandada pelo usineiro. Esse fato ocorreu em 1902 no governo do Presidente Campos Salles e Totó Paes ficou impune, se candidatou e venceu as eleições para governo do Estado.
REVOLTA DE 1906 Usina Itaici, de propriedade de Antonio Paes de Barros, o "Totó Paes".




Foi nesse episódio que registramos a decadência de Totó Paes de Barros fato que ocorreu entre 1902 e 1906 no Governo do Presidente Rodrigues Alves.
Totó Paes antes de ser Presidente de Mato Grosso praticava a Política dos Governadores e quando entrou no poder se esqueceu dos coronéis e seus aliados, se aliando somente ao Presidente Rodrigues Alves, achando que só o apoio do Presidente poderia garantir o seu poder.
Como conseqüência dessa traição, dois grupos inimigos se uniram para destruir Totó Paes de Barros, isto é, Generoso Ponce e os Murtinho. Apesar de ter sido aposição, a partir de 1902, Generoso Ponce se mudou para o Paraguai, onde criou o jornal “A Reação” que era distribuído em todo Mato Grosso e tinha como objetivo criticar e pressionar o governo de Totó Paes.
A partir de 1906, em Corumbá, Generoso Ponce e Murtinho aliaram-se e criaram “A Coligação” com objetivo de vir a Cuiabá para derrubar Totó Paes do governo estadual.
Durante a sua trajetória de Corumbá para Cuiabá, “A Coligação” invadiu as fazendas Pindaival de Henrique Paes de Barros e Itaici de próprio Totó Paes. Ao saber da Coligação, Totó Paes de Barros pediu ajuda ao Presidente Rodrigues Alves, que enviou a Expedição Dantas Barreto composta por 2.000 soldados armados e duas baterias de fogo. Supondo que Totó Paes aguardaria “A Coligação” no porto, esta resolveu entrar na cidade de Cuiabá pelo Coxipó da Ponte, e ao não encontrar resistência chegou até o centro da cidade. Totó Paes ao perceber que estava cercado pelo inimigo, resolveu retirar-se com um pequeno grupo para o Coxipo, onde aguardaria a chegada do reforço.
“...Generoso Ponce, com o controle da situação, escreveu a Totó Paes sugerindo-lhe que se rendesse, mas o governador resistiu. Diante da negativa, as forças da oposição abriram fogo..., pondo fim a resistência. Com a morte de Antonio Paes de Barros, o Governo Federal propôs decretar “estado de sítio” em Mato Grosso. Entretanto, o Congresso Nacional rejeitou a idéia, empossando Pedro Leite Ozório, então vice-governador”. (Cavalcante, Else. Mato Grosso e sua História, p. 94).
Em relação à Expedição Dantas Barreto, acabou chegando tarde demais e Leite Ozório governou até que ocorressem novas eleições, e foram eleitos Generoso Ponce e Pedro Celestino como seu vice.

12. COMISSÃO RONDON
A comissão Rondon teve como objetivo principal à construção das linhas telegráficas, a integração de Mato Grosso com o Brasil e com os países da América do Sul facilitando a comunicação e a expansão do capitalismo, uma vez que era necessária a ocupação dos “espaços vazios”.
A mão de obra utilizada era dos índios, dos presos civis capturados na Revolta da Vacina e da Chibata no Rio de Janeiro e dos soldados pobres de baixa patente. Além da exploração da mão de obra, esses trabalhadores enfrentaram a febre amarela, a varíola e outras doenças que acabaram por trazer muitas mortes durante a comissão. Tantas mortes não valeram nada, pois 20 anos após sua conclusão as linhas telegráficas foram abandonadas porque surge o telégrafo sem fio.
Segundo a ideologia positivista de Rondon, os índios deveriam sair o estado de selvageria para atingir a civilização. Em 1909, Rondon ficou doente e foi ao Rio de Janeiro para ser tratado. Na capital federal, Rondon encontrou o Presidente Nilo Peçanha, que criou o S.P.I (Serviço de Proteção do Índio). Essa instituição tinha a proposta de proteger os índios, evitando a sua escravidão, demarcar as suas terras e educá-los. Com a implantação da ditadura militar, a S.P.I foi extinta deixando um resultado totalmente ao contrário aos seus objetivos e em seu lugar foi criada a FUNAI – Fundação Nacional do Índio.

CAETANADA (1916)
Após a decadência de Totó Paes “A Coligação” de Generoso Ponce e dos Murtinho, se transformou no Partido Republicano Conservador (PRC), tendo como Presidente do Estado Generoso Ponce e seu vice Pedro Celestino.
Após algumas divergências Pedro Celestino afastou-se de Generoso Ponce e fundou um novo partido, o Partido Republicano Mato-grossense (PRMG), que tinha apoio dos Murtinho, proprietários da Companhia Mate Laranjeira.
Nas eleições de 1915, o PRMG enfrentou o candidato de Generoso Ponce Caetano Faria de Albuquerque, e perderam as eleições, pois o Partido Republicano Conservador era maioria na Câmara.
Ao tomar posse, Caetano formou o seu secretariado, escolhendo entre eles um representante do PRMG. Isto configurou como uma traição porque tinha sido eleito como o apoio dos Conservadores e de Generoso Ponce.
A partir desse fato, Generoso Ponce e seus aliados começaram a pressionar Caetano fazendo várias denúncias, e uma delas era a que o governador reduziu os impostos da borracha para beneficiar os produtores. Com toda essa pressão Caetano de Albuquerque pediu afastamento assumindo o vice-governador Manoel escolástico.
Algum tempo depois Caetano pretendeu voltar, mas, encontrou resistência tanto de Manoel Escolástico como dos Deputados que o apoiavam, então Caetano juntamente com os deputados aliados formaram um Governo paralelo. O Governo Federal ao saber da situação colocou Mato grosso sobre intervenção federal nomeando Camilo Soares de Moura, que não foi capaz de pacificar o confronto dos coronéis. Em seu lugar foi indicado côo interventor federal o Bispo de Cuiabá D. Aquino Correa.
Dom Aquino Corrêa

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