sexta-feira, 25 de setembro de 2009

10 anos sem Liu Arruda
Irreverente e polêmico ator Liu Arruda, que ao longo de sua carreira criou quase 40 personagens, todos tirados do cotidiano cuiabano


Liu Arruda





Irreverente, debochado, engraçado e, sobretudo polêmico Liu Arruda construiu ao longo de sua carreira quase 40 personagens, todos criados pela mente brilhante de um artista que permeou seu trabalho nas minúcias e riquezas da cultura de seu povo e nas curiosidades e diferenças do falar cuiabano. Entre os seus famosos personagens estavam a comadre Nhara, Juca, Ramona, Gladstone, Sandoval, Chapola e Dedé.
Liu Nasceu em 30 de maio de 1957, filho de Nilson Arruda e Tanita Marques de Pinho Arruda. Com sua arte, ele alcançou todas as classes sociais. A primeira apresentação aconteceu em 1968, no colégio São Gonçalo, quando fez uma dublagem de “Balada para um Louco”, uma versão de Moacir Franco para a música de Astor Piazzola. Nos anos 70, junto com Ivan Belém, participou do grupo de teatro do Sesi “Pequenos Gigantes”, atuando na peça Camilo Ramos Suing. Participou de diversas apresentações em escolas. Segundo o secretário da Cultura de Cuiabá, Mario Olimpio, a exposição é momento de reviver os personagens de Liu, fases de seu trabalho e também matar um pouco da saudade do grande artista. “É inegável a contribuição de Liu para a arte cênica mato-grossense, e a mostra é um convite a mergulho em seu universo”, completou OlimpioLiu cursou Comunicação Social na Faculdade Gama Filho, no Rio de Janeiro, onde participou do espetáculo “Desgraças de uma Criança”, que foi seu último trabalho na universidade. Voltou para Cuiabá em 84 e permaneceu por mais dois anos fora dos palcos. Trabalhou como professor de educação artística e repórter da TV Centro América.
Em 86 se juntou ao grupo Gambiarra de Ivan Belém, Meire Pedroso, Mara Ferraz, entre outros. O grupo realizava intervenções nas ruas, e em bares, sempre usando roupas coloridas. O primeiro trabalho do grupo Gambiarra foi “Avoar”, um espetáculo infantil que marca uma trajetória.
Cartaz alusivo à exposição dos pertences do ator.
Em 1999 a peça “Avoar” foi o último espetáculo apresentado por Liu Arruda, e novamente com o amigo Ivan Belém.
“Cidade Pedra Lascada” marca o encontro com o amigo Chico Amorim. A partir daí, políticos e dondocas passaram a ser matéria prima da parceria. Chico foi o responsável por algumas mudanças na galeria de personagens. Foi dele a idéia do casamento entre Comadre Nhara e Juca, que resultou nos irreverentes filhos: Ramona e Gladstone.
Em mais de 25 anos de carreira, Liu participou da novela “O Campeão”, da Rede Bandeirantes, e teve participação no especial “A Lenda”, da TV Manchete. Manteve colunas em jornais e espetáculos que tiveram temporadas de quase um mês de casa lotada. Além de ter lançado o CD “Ocê qué vê, escuta”, com catorze faixas, sete músicas e sete piadas. Gostava de dizer para os amigos: “Não caí de pára-quedas na escalada de sucesso. Tenho credibilidade junto ao público porque sou sério. Quem faz humor sem seriedade perde a sua platéia”.





Na década de 1990 lançou um CD intitulado "o cê qué vê escuta" que repercutir bastante na Baixada Cuiabana. Ouça aqui outra música que fazia parte desse álbum de Liu Arruda.

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