terça-feira, 1 de setembro de 2009

Cururu e siriri já são elementos de integração de Mato Grosso
Autor: JONAS DA SILVA - Redação/Secom-MT







Ednilson Aguiar/Secom-MT


Governador em exercício Silval Barbosa participa do 8ª Festival de Cururu Siriri de Cuiabá


O cururu e o siriri deixaram de ser uma manifestação cultural forte da Baixada Cuiabana e passa a ser elemento integrador dos mato-grossenses, ou, como na nova visão para o segmento, trata-se da territorialidade cultural. O resultado foi mostrado no 8º Festival Cururu Siriri de Cuiabá, no histórico bairro do Porto. Como puderam expressar o governador em exercício Silval Barbosa e o prefeito de Cuiabá Wilson Santos, a dança siriri e a música cururu já chegam a cidades do interior do Estado, como Nova Mutum (264 Km ao Norte de Cuiabá), município fundado por migrantes gaúchos, paranaenses e catarinenses. Ambos participaram do encerramento do festival na noite de domingo (30.08), por onde passaram cerca de 50 mil nas últimas três noites, de acordo com os organizadores. “Esta é uma grande festa popular. É importante ver a integração de Mato Grosso, com Santo Antônio do Leverger, Nossa Senhora do Livramento e Nova Mutum”, comparou Silval sobre cidades de formação distintas. “Ver Nova Mutum, cidade criada por gaúchos, paranaenses e catarinenses, totalmente sulista, se entregar ao cururu e siriri, é emocionante. A cultura pantaneira pode integrar o Estado. É religiosa e tem mais de 300 anos”, descreveu o prefeito. E para premiar a persistência pela promoção da cultura, autoridades entregaram no domingo o Prêmio Mestres da Cultura Popular, reconhecimento a pessoas que ensinaram e disseminaram esta cultura tradicional. Um dos premiados e homenageados desta etapa foi o poconeano Valeriano Máximo Nepomuceno, de 78 anos, sete décadas das quais de vida dedicadas à cultura. Ele é integrante do grupo Flor do Campo, do bairro Parque Ohara, região do Coxipó, em Cuiabá. “Aprendi com minha família, todos eram cururueiros. Eles morreram, eu fiquei na luta”, resume em um instante a carga cultural que levou adiante. “É a única brincadeira que gosto, é sadia, você brinca a noite inteira”, resume um pouco da sua história. Junto com “seo” Valeriano, foi premiada também a presidente do grupo Coração Cuiabano, Sebastiana Pereira Alves. Aos 65 anos, natural de Chapada dos Guimarães, ela diz que “nasceu dançando”. “A gente fazia amizades, contava histórias. O cururu e o siriri promovem isso: a reunião dos amigos para festejar a vida”, diz a filha de cururueiro e de dançarina de siriri na publicação do festival, coordenada pela jornalista Ana Cristina Vieira. A coordenadora de Ações Artístico-Culturais da Secretaria Estadual de Cultura, jornalista Ana Cristina Moreira, informa que por meio do Programa de Intercâmbio Cultural, o Estado de Mato Grosso tem cadastrado, habilitado grupos de siriri e cururueiros.
“O restante do Estado quer conhecer e aprender. Os municípios pedem e a secretaria envia cururueiros”, diz. Ela cita o conteúdo ambiental como foco de alguns grupos, como o Raízes Cuiabana. “É uma família, têm mais músicas originais com citação ao Pantanal. Eles cantam e citam animais do Pantanal”, afirma. Ela cita entre grupos de cururu e siriri que já passaram por capacitação os de cidades como Nova Xavantina, 645 Km de Cuiabá, na divisa com o Estado de Goiás, ocorrido na semana passada, cujos membros foram capacitados por um grupo de Várzea Grande; Tangará da Serra (239 Km da Capital); Barra do Bugres (168 Km); Sinop (500 Km ao Norte); e Gaúcha do Norte (595 Km ao Norte). Aguardam por capacitação grupos de Sapezal (480 Km a Noroeste de Cuiabá) e Canabrava do Norte, localizado a 1.215 Km a Nordeste de Cuiabá, no Vale do Araguaia. TRADIÇÃO O coordenador de Arte do grupo Pixé e assessor técnico da Secretaria de Educação e Cultura de Nova Mutum, o carioca Roberto de Oliveira, descreve que o cururu e o siriri antes era restrito, mas venceu essa barreira ao longo de três séculos. “O cururu e o siriri é uma tradição de 300 anos. Começou muito nas igrejas, ficou discriminado nos quintais, no espaço íntimo das famílias”, avalia. Roberto é carnavalesco e nos acessórios do grupo foi possível ver elementos como luminárias japonesas de papel e sombrinhas típicas do frevo. Membro do grupo, a dançarina Ariane Anderson Braga, de 18 anos, natural de Jaciara, comemora o avanço do grupo com a cultura. “Meu irmão me incentivou, fui ao primeiro ensaio e gostei. Tem um ano que danço. Quando entrei foi complicado”, diz da tradição prática passada de geração para geração. ARENA E com olhar na melhoria para os próximos festivais, o governador em exercício, Silval Barbosa, sugeriu trabalho conjunto entre a Prefeitura de Cuiabá e o governo do Estado para a construção de uma arena definitiva para as apresentações não apenas do cururi e do siriri, como de outras manifestações musicais populares, como o hip hop. “Cuiabá já comporta uma arena para fazer evento deste porte. É um grupo de pessoas fortes que espalham a cultura”, relata Silval, sob o som que marcava o ritmo e passos de apresentações no palco. “Falei com vereadores e com o prefeito para a gente elaborar um projeto aqui no bairro do Porto para ter uma arena”, sugeriu sobre o que já é chamado no meio como “Sirirão”. Nos três dias do festival, 18 grupos participaram das apresentações. No domingo, entre os grupos que subiram à Praça Cururu Siriri, no bairro do Porto, em Cuiabá, estavam o infantil “Yayá de Cuyabá”; o “Pixé”, de Nova Mutum; “Quilombola”, de Nossa Senhora de Livramento; “Raízes Cuiabana”, “Flor Ribeirinha” e “Viola de Cocho”, de Cuiabá; “Unidos da Fronteira”, de Santo Antônio de Leverger; e “Tradição Pantaneira”. Antes, em cidades do interior do Estado, houve apresentações e avaliações de estudiosos da cultura popular. Foram regiões que reuniram grupos de Cáceres, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Cuiabá, Várzea Grande, Chapada dos Guimarães, Planalto da Serra, Santo Antônio de Leverger, Barão de Melgaço, Nova Mutum, Rosário Oeste, Nobres, Jangada, Tangará da Serra e Barra do Bugres. O 8º Festival Cururu Siriri de Cuiabá foi organizado pela Prefeitura de Cuiabá e a Federação das Tradições Culturais, com apoio do Sebrae-MT, que realizou o 4º Festival Gastronômico de Cuiabá – Feira de Artesanato (Sabor & Arte). Além do Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), Banco Real, Unimed, Assembleia Legislativa, O Boticário, TV Centro América, Associação dos Amigos do Museu do Morro da Caixa D´Água Velha, Espaço Cubo, Abrafin, Casa Brasil e Prefeituras de Barão de Melgaço, Chapada dos Guimarães, Nobres, Nova Mutum, Nossa Senhora do Livramento, Santo Antônio de Leverger.




fonte: www.secom.mt.gov.br

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