segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Município surgiu para garantir posse de terra à Coroa Portuguesa
Fonte: Nelson Urt/Assessoria de Comunicação em 02 de Setembro de 2009
A história de Ladário, situada à margem direita do rio Paraguai, faz parte do contexto de defesa do sul da então Capitania de Mato Grosso contra a invasão espanhola. A região tinha por habitantes apenas aborígenes, mas já por volta do século XVI o rio Paraguai serviu de passagem para alguns desbravadores que tiveram por objetivo a exploração e a conquista de serras minerativas das áreas do oeste, mais propriamente o Peru. Provenientes de Santa Catarina, chegaram Aleixo Garcia, em 1524, Juan de Ayolas, em 1538, Álvaro Nuñes Cabeza de Vaca, em 1542 e 1543, e Domingos Martins Irala, em 1546. Vieram em busca do ouro, seguindo descrição do informante João Dias Solis. Constituíram-se nos primeiros bandeirantes, de que se tem notícia, a passarem pela região.
As leis criadas para garantir posses de terras portuguesas e espanholas são importantes para entender o contexto histórico em que se deu a fundação de Ladário. A primeira lei histórica esteve representada no Tratado de Tordesilhas, instituído pelo papa Alexandre VI, na condição de mediador, em 07 de junho de 1494. Consistia em uma linha meridional do pólo norte ao pólo sul, para contemporizar os interesses de Portugal e da Espanha. Surgiu depois o Tratado de Madri, assinado no dia 13 de janeiro de 1750, sob os auspícios de D.João V, Rei de Portugal, e D.Fernando VI, Rei da Espanha, substituindo o de Tordesilhas.
Em seguida, surgiu o Tratado de El Pardo, em 12 de fevereiro de 1761, com o objetivo de restabelecer o Tratado de Tordesilhas. Nesse período assumiu o cargo de 4º Capitão Geral de Mato Grosso o então Coronel Luiz de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres, em 13 de dezembro de 1772. No dia 1º de outubro de 1777 firmou-se o Tratado de Santo Ildefonso, nos moldes do Tratado de Madri, pondo fim às determinações de Tordesilhas. Para sua execução foram criadas três comissões demarcatórias compostas por geógrafos, astrônomos, desenhistas, médicos e outros profissionais. Luiz de Albuquerque integrava uma dessas comissões que cuidava dos interesses de Mato Grosso.
Luiz de Albuquerque estava se restringindo à manutenção do Forte do Príncipe da Beira, obra que havia concluído após ser iniciada por Dom Antônio Rolim Tavares, o Conde de Azambuja, quando foi comunicado que o tratado em vigor estava sendo violado pelos espanhóis. Então, Albuquerque voltou-se à defesa imediata das fronteiras do baixo Paraguai e contratou os serviços do sertanista João Leme do Prado para se instalar na região. João Leme do Prado não pode se instalar na área de Corumbá devido a “ausência de terreno adequado para construir casas e plantar roças, e mesmo de lenha e palha para acender fogo”. Seguiu para Coimbra, mas no meio do caminho, surpreendido por uma ventania, atracou sua embarcação no porto de Ladário. E ali observou que Ladário era o ponto ideal para se fixar, tudo o que necessitava havia no lugar. No dia 02 de setembro de 1778 João Leme do Prado desembarcou no porto com todo o seu pessoal. Deu o nome de Ladário em homenagem à cidade do mesmo nome, em Portugal, onde nasceu Luiz de Albuquerque. Leme do Prado voltou a Corumbá e no dia 21 de setembro declarou fundada Albuquerque. Mas permaneceu em Ladário com o plantio bastante adiantado. Ladário passou a representar o primeiro assentamento agrícola da região e abrigo de canoeiros.
Com a presença do Arsenal de Marinha, construído em 1873, Ladário começou a ser urbanizada, com a abertura das primeiras ruas – Fernandes Vieira, Tamandaré, 14 de Março (a avenida principal onde se localiza o pórtico da Marinha), Cunha Couto, Riachuelo, Pedro II. Seus primeiros moradores foram os funcionários civis e militares provenientes do Arsenal da Marinha, dos componentes da Escola de Aprendizes de Marinheiros (localizada em Cuiabá), da guarnição de Cerritos (território paraguaio remanescente da guerra) e do Rio de Janeiro. O comércio e pequenas indústrias de Ladário começaram em torno das colônias sírio-libanesa, paraguaia, italiana, portuguea e espanhola. (Fonte:Monografia Ladarense, de J.L.Macedo)

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